Loretto me chamou empolgado para mostrar as novas criações feitas no quintal de vó Isaura. É sempre lá que ele tem a chance de criar com a argila – o material deixa sujeira para todo lado. Nas esculturas, percebo que o Loretto persegue a perfeição, tenta a melhor proporção possível. Não é assim nos desenhos (em que ele busca algum contato com a realidade, mas se dá o direito de alguma invenção) e muito menos na pintura (onde, até hoje, ele quer apenas o abstrato).
Fiquei impressionada com a Águia – muito expressiva. Ele fez de memória e isso me faz pensar que ele tem uma memória visual muito boa. O dinossauro é muito parecido com qualquer outra dinossauro, mas tem os dentes de palito e uma expressão assustadoras. O que achei bacana foi ele ter me contado que fez uma armadura de madeira por baixo para a sustentação do pescoço e do rabo (que poderiam cair se fossem apenas argila). Achei engenhoso.